sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Rainbow Warrior O "Guerreiro do Arco-Íris"

Rainbow Warrior
O "Guerreiro do Arco-Íris"

fonte: http://www.greenpeace.org.br/quemsomos/fv_rw.php



No início de 1977, o Greenpeace procurava um barco que pudesse ser usado contra navios baleeiros islandeses no Atlântico Norte e encontrou uma velha traineira encostada na Ilha dos Cães, em Londres. O "Sir William Hardy" foi o primeiro navio diesel-elétrico construído no Reino Unido, em 1955, e havia sido usado como barco de pesquisa pelo Ministério da Agricultura e Pesca da Inglaterra. Estava em mau estado mas serviria. O problema é que custava 44 mil libras, muito dinheiro para o Greenpeace da época. Em oito meses de campanha de arrecadação de fundos, a organização conseguiu juntar 10% para a entrada. Faltava o resto, e o World Wildlife Fund (WWF) veio em socorro do Greenpeace, com uma doação de 40 mil libras.

Totalmente remodelado em três meses graças ao trabalho duro de dezenas de voluntários vindos de várias partes da Europa, o navio ganhou o nome de "Rainbow Warrior". Era uma referência à profecia da índia cree Olhos de Fogo, que havia impressionado os fundadores do Greenpeace em 199l ao prever a destruição do meio ambiente pela ação dos homens e o surgimento de uma raça de guerreiros defensores do planeta - os guerreiros do arco-íris (rainbow warriors, em inglês). No dia 29 de abril de 1978, pintado de verde, com um arco-íris na proa e ostentando orgulhosamente as bandeiras do Greenpeace e das Nações Unidas - para caracterizar o internacionalismo de sua tripulação de 24 pessoas - o Warrior levantou âncora nas docas de Londres rumo à gloria. Com seus 43,92 metros de comprimento e 8,42 de largura, defendeu o meio ambiente em campanhas memoráveis por sete anos - até ser bombardeado e afundado pelo serviço secreto francês em 1985. É o mais famoso navio do Greenpeace.

Em 1982, após quatro anos de ações pacíficas na Europa - contra a caça predatória de baleias, focas e contra testes nucleares -, o "Rainbow Warrior" atravessou o Oceano Atlântico para a América do Norte e o Pacífico. O casco do navio foi reforçado para enfrentar grandes quantidades de gelo. A couraça era necessária para a campanha contra a matança de bebê-focas nas geleiras da costa leste do Canadá.

O "Rainbow Warrior" foi envolvido em várias campanhas baleeiras. Uma das mais famosas foi no Peru e provocou a prisão da tripulação por cinco dias. Como resultado direto das ações do Greenpeace no país, o governo peruano fez um acordo para que fosse interrompida toda e qualquer caça a baleias. A documentação feita pelo Warrior da ação ilegal de navio baleeiro russo gerou um alerta internacional contra a caça às baleias.

Em 1985, o "Rainbow Warrior" foi equipado com velas - próprias para uma viagem ao Pacífico, a pedido dos 320 moradores do Atol de Rongelap. O atol estava contaminado por radioatividade proveniente dos testes nucleares americanos. Os habitantes do atol haviam inutilmente solicitado aos Estados Unidos sua transferência para outra ilha. Recorreram então ao Greenpeace para que os ajudasse a serem deslocados no "Rainbow Warrior" para uma área mais segura, a ilha Mejato. Os habitantes dessas ilhas estavam sofrendo os efeitos dos testes nucleares americanos dos anos 50, que proporcionaram o aparecimento de doenças como câncer e leucemia e nascimento de crianças defeituosas.

Após as mudanças, em 10 de julho de 1985, o "Rainbow Warrior" ficou apto para liderar uma frota pacifista da Nova Zelândia até Muroroa, em protesto contra testes nucleares franceses. Três dias depois da chegada no porto de Auckland, agentes do serviço secreto francês explodiram e afundaram o "Rainbow Warrior", matando o fotógrafo português Fernando Pereira.

Em 1987, o Greenpeace comprou uma nova embarcação, o "Grampian Fame", e trocou seu nome para "Rainbow Warrior". O novo "Rainbow Warrior" foi lançado em Hamburgo em 10 de julho de 1989, após dois anos de reparos.

O NOVO RAINBOW WARRIOR

O novo "Rainbow Warrior", um veleiro a motor, foi comprado pelo Greenpeace em 1987 para substituir o antigo "Rainbow Warrior", atacado e afundado pelo serviço secreto francês em 1985. O barco foi construído em 1957, com o comprimento de 55,20 metros e largura de 8,54 metros. Sua velocidade é de 10 nós (máxima de 13), pesa 555 toneladas e tem capacidade para 30 tripulantes. Navega por um período máximo de 30 dias. O navio passou por dois anos de reformas que o transformaram em uma embarcação própria para ações.

Logo após seu lançamento, em Hamburgo, 10 de julho de 1989, "o Rainbow Warrior" iniciou um longo tour de informação em toda a Europa, seguido por viagens para Nova York e Auckland.

Em 1990, o "Rainbow Warrior" passou um tempo com a campanha de "papel e celulose" nos Estados Unidos e Canadá. Em 1991, ficou um período parado para pesquisas, e nas ações de papel e celulose, tóxicos e na Guerra do Golfo. Em julho, o "Rainbow Warrior" fez um tour pelo Alaska, onde se envolveu em vários protestos contra a exploração de petróleo e pesca predatória.

Em 1992, o "Rainbow Warrior" fez campanha contra os testes nucleares franceses em Muroroa. Pela primeira vez na história, foram vistas imagens em vídeo do confronto entre o Greenpeace e a Marinha francesa, logo após o encontro. Neste ano, o "Rainbow Warrior fez seu primeiro tour na América Latina, incluindo uma parada no Rio de Janeiro durante a Rio 92. Também iniciou o tour para as campanhas nuclear, de pesca e de floresta na costa leste da Rússia.

Em 1993, o "Rainbow Warrior" levou a campanha "Cidades e Costas" para a Austrália, antes de atravessar o Oceano Índico rumo ao Mediterrâneo. Foram feitas várias ações diretas no verão, na Europa, incluindo um protesto contra a fábrica Solvay, em Barcelona, e uma busca pela frota pesqueira Valencian para policiar que o uso de redes de pesca fosse feito dentro dos limites legais.

Em 1994, o "Rainbow Warrior fez um tour no Golfo do México e na costa leste dos Estados Unidos. Na volta para a Europa, em julho, ajudou a campanha do Greenpeace contra o CFC na ação "devolva ao remetente". O barco também se uniu ao protesto na reunião do Banco Mundial, na Espanha, contra a exportação de CFCs para países em desenvolvimento.

No final de 1994, o "Rainbow Warrior" fez sua primeira visita ao Líbano para apresentar o Greenpeace ao povo libanês e ajudar a despertar a consciência das pessoas para os problemas ambientais. O "Rainbow Warrior" continuou o seu tour pelo Oriente Médio, parando em Israel, objetivando chegar no "mar morto" de Haifa: o extremamente poluído rio Kishon.

Em 1995, o "Rainbow Warrior" participou do Peace Flotilla, velejando até Muroroa em protesto contra os testes nucleares francesas. Em 1º de setembro, comandos franceses entraram à bordo e tomaram o "Rainbow Warrior" nas águas da Polinésia Francesa. O fato deixou o barco em terrível mau estado. Foi solto somente em março de 1996.

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