domingo, 1 de janeiro de 2012

Profecias de Nossa Senhora do Bom Sucesso (2) - Origem da milagrosa imagem


Profecias de Nossa Senhora do Bom Sucesso (2) - 

Origem da milagrosa imagem

Madre Mariana de Jesus Torres, quadro de época
continuação do post anterior

A vida de Madre Mariana de Jesus Torres, a quem Nossa
Senhora do Bom Sucesso apareceu, foi escrita com
admirável unção por Frei Manoel de Sousa Peraira, na segunda
 metade do séc. XVIII, baseando-se no Cuadernón, que ele
 pôde consultar.

Este Cuadernón foi posteriormente escondido, em local e
data desconhecidos, a fim de preservá-lo das perseguições
religiosas pelas quais viria a passar o Equador nos
séculos XIX e XX.

No livro A Vida Admirável da Rvda. Madre Mariana 
de Jesus Torres”, de 264 páginas, no qual se baseiam
estas linhas, Frei Manoel relata pormenorizadamente
as três mortes e duas ressurreições de Madre Mariana,
sua atuação como religiosa modelar, seus sofrimentos
 e lutas, os estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo
 (os quais ela recebeu aos 25 anos) e outros fatos
extraordinários de sua admirável vida mística.

Seu corpo incorrupto, que assim se conserva desde sua
derradeira morte em 16 de janeiro de 1635, em
capela de seu mosteiro, confirma alguns desses fatos.

Neste artigo, limitar-nos-emos a abordar mais extensamente
 a aparição de Nossa Senhora para lhe ordenar a confecção
 de sua imagem, e como esta foi realizada; ocupar-nos-emos
também das revelações que Madre Mariana recebeu
da Santíssima Virgem, com referência particular aos
 dias em que vivemos.

Corpos incorruptos de religiosas no convento das aparições
No ano de 1610, rezava insistentemente Madre Mariana à
 primeira hora da madrugada, prostrada ao solo no coro, pelas
 necessidades de seu mosteiro, da colônia espanhola da
América e da Igreja, quando notou a presença de
 uma Senhora de extraordinária formosura, sustentando no
braço esquerdo um Menino belo como a aurora.
Emocionada, a religiosa perguntou:
— Quem sois, linda Senhora, e que desejais de mim, que 
sou só uma sofrida monja?

— Sou Maria do Bom Sucesso, a Rainha dos Céus e da 
Terra. 
Porque me invocaste com terno afeto, venho do céu 
consolar teu aflito coração. Tuas orações, lágrimas e 
penitências são muito agradáveis a nosso Pai Celestial. 
Na mão direita, tenho o báculo que vês, pois quero governar 
este meu mosteiro como Priora e Mãe. Satanás quer 
destruir esta obra de Deus, mas não o conseguirá, 
porque Eu sou a Rainha das Vitórias e a Mãe do 
Bom Sucesso, sob cuja invocação quero fazer prodígios 
em todos os séculos.


É vontade de meu Filho Santíssimo que mandes confeccionar
 uma imagem, tal como me vês, e que a coloques no trono da
abadessa. Na minha mão direita porás o báculo e as chaves da
clausura, em sinal de minha propriedade e autoridade. Em minha
 mão esquerda porás meu Divino Filho. Eu mesma governarei este
 meu Mosteiro.

— Senhora —ponderou a religiosa — como 
realizar tudo isso, se até desconheço Vossa estatura?

— Dá-me o cordão franciscano que trazes à cintura.

A Santíssima Virgem o tomou e colocou uma de suas 
extremidades na mão de seu Divino Filho, que o 
aplicou à cabeça da Mãe, indicando a Madre Mariana 
que, com a outra ponta, tocasse seus pés.

O cordão milagrosamente se esticou, até 
alcançar a estatura exata da Santíssima Virgem.

— Aqui tens, minha filha, a medida de tua Mãe do Céu. 
Meu servo Francisco del Castilho, a quem explicarás 
minhas feições e minha postura, talhará minha 
imagem, pois tem reta consciência e observa 
religiosamente os mandamentos de Deus e da Igreja. 
De tua parte, ajuda-o com orações e humildes sofrimentos”.

Francisco del Castillo preparou-se com penitências,
 para tão alto encargo: confessou-se, comungou, e no
dia 15 de setembro de 1610 iniciou a confecção da imagem.

Quando faltavam apenas os retoques finais, certo de que a
imagem, embora satisfatória, nem de longe representava o
que Madre Mariana havia visto, resolveu não só fazer mais
penitência, mas saiu de viagem em busca das melhores
tintas para concluir o trabalho.



De regresso, surpreendeu-se ao encontrar já concluída
a imagem. Diante do bispo, fez juramento escrito
 para testemunhar que a imagem não era obra sua, e
que a havia encontrado, ao voltar, com uma forma muito
diferente da que havia deixado, seis dias antes.

Madre Mariana de Jesus descreve assim os acontecimentos:
rezava às três horas da madrugada do dia 16 de janeiro de
 1611, no coro, onde estava a imagem que ia sendo
 esculpida por Francisco del Castillo, quando viu os
arcanjos São Miguel, São Gabriel e São Rafael,
os quais se apresentavam diante do trono da Rainha dos Céus.

São Miguel, saudando-a, disse: “Ave Maria, Filha de
 Deus Padre”; São Gabriel acrescentou: “Ave Maria,
 Mãe de Deus Filho”; e São Rafael concluiu:
“Maria Santíssima, Esposa puríssima do Espírito Santo”.

Nesse momento apareceu São Francisco de Assis, e se
 uniu aos três arcanjos. Seguidos da milícia celeste,
acercaram-se da imagem semi-acabada, transformando-a
e refazendo-a, dando-lhe uma beleza inigualável que
 mão humana jamais poderia conferir.

A Virgem estava totalmente iluminada, como se
 estivesse no meio do sol. Do alto, a Santíssima
Trindade olhava comprazida o que acontecia,
 e os anjos entoavam suas melodias.

No meio de todas essas alegrias, a Rainha do Céu penetrou
pessoalmente na imagem, como raios de sol que se
 introduzem em um cristal.

Como que tomando vida, tornou-se resplandecente, e
 com celestial melodia cantou o Magnificat. Os anjos
entoaram o hino Salve Sancta Parens (Ave, ó Santa Progenitora).

Essa foi a origem da milagrosa imagem de Nossa Senhora
 do Bom Sucesso.

As extraordinárias revelações da Virgem Santíssima

Madre Mariana recebeu grande número de revelações,
 nas quais Nossa Senhora profetizou acontecimentos do
século XX e vários que já se realizaram. Convido o leitor
a tomar conhecimento de alguns, dentre muitos.

Talvez para algum leitor, habituado às precisões matemáticas
 de hoje (aliás, de si elogiáveis), seja útil mostrar antes a
conexão entre o que Nossa Senhora diz sobre o
 século XX e o que se passa em 2010.


Procissão na festa no convento das aparições
Com efeito, cada século se define mais pelo desenrolar
 dos acontecimentos relevantes que nele se verificam do
 que pelos dois zeros que caracterizam o ano como
 múltiplo de cem.

Assim, os historiadores situam a Revolução Francesa
 como acontecimento do século XVIII, ao passo que ela
se prolongou, com sua difusão por Napoleão Bonaparte,
até o Congresso de Viena em 1815; e só consideram
concluído o séc. XIX com o fim da Belle Époque e o
 início da I Guerra Mundial, em 1914.

Isto porque a conceituação mais adequada de um século
 reside no significado profundo que ele tem na
 arquitetonia da História.

Outro exemplo: quando Paulo VI e João Paulo II tratam,
com clareza e precisão, da tragédia ocorrida na Santa
 Igreja depois do Concílio Vaticano II, referem-se
 evidentemente a um fenômeno do séc. XX, tragédia
que se prolonga e se desdobra até nossos dias.

Continua no próximo post





Fonte:http://aparicaodelasalette.blogspot.com/

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