sábado, 17 de julho de 2010

Lua: robô perdido há 40 anos reflete laser e volta ao trabalho!



Utilizando informações fornecidas pela Sonda de Reconhecimento Lunar, LRO, pesquisadores da Universidade da Califórnia conseguiram com sucesso atingir o retrorefletor de raios laser do robô-explorador russo Lunokhod 1.
 A nave estava perdida na Lua há mais de 40 anos, mas
 a intensidade do pulso de retorno surpreendeu todos os pesquisadores
Jipe Robô Lunokhod 1
"Em nossa primeira tentativa conseguimos mais de 2 mil fótons refletidos",
 disse Tom Murphy, que lidera uma equipe de pesquisadores que 
trabalham para colocar o robô de volta à ativa. "Iluminamos 
a posição do Lunokhod 1 e ficamos simplesmente maravilhados
 com a potência do sinal refletido. É como se o robô conversasse 
conosco, alto e claro!".
Durante as missões lunares realizadas nas décadas de 1960 e 1970,
 diversos retro refletores lasers foram instalados na superfície da Lua,
 tanto pelos astronautas do Projeto Apollo como pelas sondas
automáticas da antiga União Soviética. Apesar de simples,
até hoje os refletores são utilizados pelos pesquisadores,
 mas a perda da eficiência ao longo do tempo limitou os
experimentos a apenas dois dos equipamentos.
Com a localização do Lunokhod 1 os cientistas tem agora
 três dispositivos à disposição.
O experimento consiste em enviar fortes pulsos de raios
laser até a superfície da Lua, iluminando o local onde
 está instalado o refletor. Os pulsos são então refletidos
 por pequenos cubos espelhados, cuja geometria força
 o feixe de luz a retornar ao exato ponto de onde foi emitido.
 A diferença entre o tempo entre a emissão do pulso
 e sua captação permite aos cientistas conhecerem
com bastante precisão a distância entre a Terra e a
 Lua e foi assim que confirmaram nosso satélite
se afasta cerca de 3.5 cm por ano.

Laser Lunar Ranging
Eric Silverberg, responsável pelas medições no
Observatório McDonald entre 1969 e 1982 lembra que
 durante esse tempo foram feitas reflexões nos três
 instrumentos do Projeto Apollo e no retrorefletor
do Lunokhod 2. "Do Lunokhod 1 conseguimos apenas
1 detecção, em 31 de dezembro de 1970. Quando li que
 Tom Murphy conseguiu reflexão do Lunokhod 1
fiquei muito surpreso", disse o pesquisador.
A reação inicial de Murphy também foi de espanto.
 "O sinal era tão forte que pensei que nosso detector
 estivesse com defeito. Esperava uma forte degradação
dos espelhos, por isso não acreditei que o reflexo
 era do Lunokhod 1, mas era. O reflexo era tão intenso
que pela primeira vez conseguimos realizar
experimentos em plena luz do dia", disse o cientista.

Prismas retrorefletores Lunares
Além das medições de distância entre os dois objetos,
os pesquisadores usam as medições lunares para testar
a Teoria da Relatividade Geral de Einstein. Segundo a
teoria, objetos de grande massa como a Terra ou a
Lua produzem uma deformação em forma de curva no
espaço-tempo ao seu redor e é essa curva que rege
 o movimento desses corpos. A curvatura do
espaço-tempo também empurra a Terra e a Lua
 em direção ao Sol.
Ao medir a queda da Lua através da curvatura do
 espaço-tempo, cientistas do Apache Point Observatory
 tentam encontrar alguma falha na Teoria da Relatividade,
 mas até agora os resultados obtidos apóiam a teoria
 de Einstein. Será que um velho robô perdido,
 novamente iluminado por lasers, pode trazer
 uma nova luz sobre o funcionamento do Universo?

Fotos: No topo, o jipe-robô soviético Lunokhod-1. 

As operações do Lunokhod cessaram oficialmente em
 4 de Outubro de 1971, o aniversário do Sputnik 1 
e durante o tempo em que permaneceu na Lua 
percorreu cerca de 10 quilômetros e transmitiu em 
torno de 20 mil imagens de TV e 200 fotos panorâmicas.
 O retrorefletor pode ser visto no lado esquerdo
 da imagem. Na sequência, Observatório McDonald
 dispara um feixe de raios laser em direção à Lua. 
Acima, cubos prismáticos responsáveis pela reflexão
 dos pulsos de laser de volta à Terra.
 Créditos: Nasa/Apolo11.com.
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Fonte: Apolo11 - http://www.apolo11.com/spacenews.php?posic=dat_20100705-092410.inc

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