Judeus celebram os 62 anos do Estado de Israel com comemorações em todo o país
colaboração para Folha
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u723482.shtml
Os israelenses foram acampar e divertir-se nas praias nesta terça-feira, durante
as comemorações do 62° aniversário da criação do Estado hebraico. Houve desfiles
da força aérea e marítima, com a assistência dos principais líderes do país e
festa na residência presidencial em Jerusalém, capital que teve seu status de
"eterna" assegurado pelo governo, reiterando que não admite a divisão da cidade.
O ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, afirmou a diplomatas que
as pressões externas podem agravar a crise do Oriente Médio - um problema que
vem sendo enfrentado com a administração americana, que força Israel a fazer
concessões de forma a retomar as conversas de paz com os palestinos.
"A paz não pode ser imposta, precisa ser construída", afirmou Lieberman.
Ele também declarou que o status de Jerusalém, uma das principais polêmicas nos
esforços de paz entre Israel e a Palestina, não é negociável.
O ministro confirmou as palavras do ex-premiê Menachem Begin sobre Jerusalém,
afirmando que "a cidade é a nossa capital eterna e nunca será dividida".
De acordo com o jornal "Haaretz" as declarações de Lieberman vão de acordo com o
que diversos oficiais expressaram nas cerimônias de ontem e hoje em Israel.
O membro do parlamento Reuven Rivlin disse durante uma comemoração que os
israelenses "não vão pedir desculpas por ter construído Jerusalém como capital",
informou o "Haaretz".
Festas
As comemorações tiveram início no na noite de segunda-feira com o lançamento de
fogos de artifício em homenagem à fundação de Israel, em 14 de maio de 1948, que
corresponde à data de 20 de abril no calendário cristão.
O presidente americano, Barack Obama, afirmou em comunicado que seu país tem um
vínculo "indissolúvel" com Israel.
Ele afirmou estar ansioso por "continuar os esforços com Israel para atingir paz
e segurança na região, incluindo uma solução que envolva dois Estados" com os
palestinos.
Paralelamente, milhares de árabes-israelenses lembraram a Nakba, ou
"catástrofe", que representa para eles a criação do Estado de Israel, quando 750
mil palestinos fugiram ou foram expulsos como resultado da guerra de 1948 entre
árabes e judeus.
Manifestantes -- que carregavam bandeiras palestinas e cartazes com os nomes das
cidades árabes destruídas -- marcharam para o vilarejo de Mashah, desocupado em
1948, para exigir o "direito de retorno" aos exilados que deixaram a região após
a criação do Estado de Israel.
Atualmente, mais de 4,7 milhões de refugiados registrados na ONU (Organização
das Nações Unidas) vivem em assentamentos nos territórios ocupados de Líbano,
Jordânia e Síria, e o destino dessas pessoas é uma das questões mais delicadas
em décadas de conflito no Oriente Médio.
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