terça-feira, 27 de abril de 2010

Não há consenso político de que o Irã deve ser isolado


Não há consenso político de que o Irã deve ser isolado, diz Celso Amorim em visita a Teerã

fonte: http://oglobo.globo.com/
Publicada em 27/04/2010 às 07h54m
O GloboAgências internacionais
O chanceler Celso Amorim ao lado do seu colega iraniano, Manouchehr Mottaki, em Teerã - AFP
TEERÃ - Em uma entrevista coletiva ao lado do ministro de Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, em Teerã, o chanceler Celso Amorim voltou a defender nesta terça-feira a retomada das negociações para um acordo sobre a troca de combustível nuclear com objetivo de evitar novas sanções contra a República Islâmica. Amorim disse que o Brasil quer ajudar a resolver os conflitos sobre o programa nuclear iraniano. O ministro, que teve reunião com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, pediu que todos os lados envolvidos nas discussões mostrem "flexibilidade" para chegar a um consenso.
O Irã deve ter atividades nucleares com objetivos pacíficos e a comunidade internacional deve ter garantias
- Não há consenso político de que o Irã deve ser isolado ou que o Brasil seguirá esta direção - disse Amorim, reiterando o apoio brasileiro a atividades nucleares pacíficas no país, mas cobrando garantias. - O Irã deve ter atividades nucleares com objetivos pacíficos e a comunidade internacional deve ter garantias de que não haverá violação e desvios para fins militares.
O chanceler brasileiro voltou a dizer que espera que um acordo de troca de combustível, aprovado, em princípio, em outubro do ano passado, possa ser restaurado. O plano inicial era que o Irã enviasse 1.200 quilos de urânio pouco enriquecido para a Rússia e a França para ser transformado em combustível para um reator nuclear de pesquisas.
O governo islâmico disse, depois, que só aceitaria uma troca feita em território iraniano, mudança que as outras partes envolvidas não aceitam. Amorim disse que qualquer solução negociada deve excluir qualquer "ambiguidade" sobre o programa nuclear.
Nós temos esperança de que esse acordo será feito, mas como qualquer outra negociação deve haver flexibilidade dos dois lados
- A razão pela qual nós damos grande importância a esse acordo de troca de combustível nuclear é porque o acordo em si mesmo é importante e, em segundo lugar, cria confiança com a Aiea (Agência Internacional de Energia Atômica) e com alguns países do Ocidente - disse Amorim, enviado a Teerã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitará o Irã em maio. - Nós temos esperança de que esse acordo será feito, mas como qualquer outra negociação deve haver flexibilidade dos dois lados.
Amorim afirmou na segunda-feira ter saído otimista dos encontros que teve com o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, e o principal negociador do país para a questão nuclear, Said Jalili. Ele ouviu de seus interlocutores iranianos a garantia de que a política nuclear do país é para fins pacíficos, e não militares. Já o assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que, enquanto o Brasil tenta uma solução pacífica para a questão nuclear no Irã, outras nações estão satanizando o país persa, ao propor sanções.
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